O preço do cacau continuou em trajetória ascendente na bolsa de Nova York mesmo após elevação de 2% na véspera. Os lotes para dezembro avançaram 4,27% na sessão desta quarta-feira (9/10), a US$ 7.351 a tonelada.
Em que pesem as boas perspectivas com a safra de cacau em 2024/25, que começou neste mês, os primeiros números da temporada decepcionaram o mercado. As chegadas da amêndoa em portos da Costa do Marfim, o maior produtor do mundo, totalizaram 13 mil toneladas na semana encerrada em 6 de outubro, abaixo das 50 mil entregues no mesmo período do ano passado.
"Em função das fortes chuvas nas últimas duas semanas, o escoamento do produto aos portos pode ter sido prejudicado. Além disso, o clima úmido pode dificultar a secagem e trazer danos à qualidade do cacau. Isso tem gerado apreensão no mercado nos últimos dias", afirma Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Ele lembra que, por ser o início da temporada, o foco dos investidores nas entregas marfinenses aumenta nos próximos três meses. "Ainda é cedo para tirar conclusões sobre os impactos para o tamanho da safra, que permanece com prognóstico favorável. Mas se o volume de entregas não melhorar nas próximas três semanas, a preocupação do mercado irá crescer", avalia.
Além das chegadas de cacau aos portos, Rossetti comenta que os resultados de moagem nos principais centros consumidores do mundo podem mexer com as cotações na próxima semana.
"Existe uma projeção de queda na demanda, mas é preciso aguardar os números para saber qual será a intensidade desse recuo".
Sobre os preços do café arábica, os contratos com entrega para dezembro fecharam em alta de 0,75% em Nova York, para US$ 2,4820 a libra-peso.
Enquanto as cotações avançam, fica a expectativa para o avanço da chuva em regiões produtoras de café do Brasil. Analistas ponderam que as precipitações não serão suficientes para reverter os problemas causados pela seca de meses atrás.
Suco de laranja
Os papéis do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para novembro fecharam em alta de 0,27%, cotados a US$ 4,7720 a libra-peso.
Agentes de mercado seguem atentos aos possíveis impactos do furacão Milton, que deve passar sobre áreas da Flórida, o maior produtor de laranjas dos EUA.
Até o momento, não houve relatos de que o fenômeno tenha provocado estragos em áreas produtoras.
Nas negociações do açúcar, os papéis com entrega para março do ano que vem caíram 2%, cotados a 22,04 centavos de dólar por libra-peso.
Já o preço do algodão ficou praticamente no "zero a zero" na bolsa americana. Os lotes para dezembro caíram 0,03%, para 72,25 centavos de dólar por libra-peso.