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Anne Conway

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Anne Conway
Anne Conway
Nascimento 14 de novembro de 1631
Londres, Inglaterra
Morte 23 de fevereiro de 1679 (47 anos)
Ragley Hall, Warwickshire, Inglaterra
Nacionalidade britânica
Ocupação Filósofa

Anne Conway, viscondessa de Conway, nascida Anne Finch (Londres, 14 de dezembro de 1631 - Ragley Hall, 23 de fevereiro de 1679) foi uma filósofa inglesa, cujo trabalho de tradição platonista de Cambridge foi de grande influência para Gottfried Leibniz.

O pensamento de Anne é original, da filosofia racionalista, com marcas de preocupações e padrões ginocêntricos e, nesse sentido, era única entre os sistemas do século XVII.[1][2]

Anne nasceu em Londres em 1631, filha de Sir Heneage Finch, 1º Conde de Nottingham, membro da Câmara dos Comuns sob o reinado de Carlos I e sua segunda esposa Elizabeth, filha de William Cradock de Staffordshire. Sir Finch morreu uma semana antes de seu nascimento, sendo sua filha mais nova.[3][4] Educada em casa, seus tutores lhe ensinaram latim, grego e hebreu. Seu padrasto, embaixador John Finch, a encorajou a ler mais sobre os temas de filosofia e teologia e a apresentou ao platonista Henry More, que foi um dos tutores de John em Cambridge. Isso levou a uma longa amizade e várias correspondências entre eles, onde abordavam temas como a filosofia de René Descartes.[1][3] Tal era a admiração de Henry More por ela, que ele declarou nunca ter conhecido alguém, homem ou mulher com tal compreensão do conhecimento, seja divino quanto humano, quanto Anne Conway. Anne cresceu no Palácio de Kensington, que era propriedade de sua família na época.[4]

Em 1651, ela se casou com Edward Conway, 1º visconde de Conway. Em 1652, Henry More dedicou seu livro Antidote against Atheism à ela. Em 1658, Anne deu à luz a seu único filho, Heneage Edward Conway, que morreu por conta da varíola apenas dois anos depois. Edward Conway também tinha grande interesse em filosofia e também tinha sido um pupilo de Henry More, mas não tinha o conhecimento da esposa e nem se interessava por tantos temas quanto ela.[1][3]

Interessada em religião e filosofia teológica, Anne se interessou pelos estudos de Isaac Luria e depois à doutrina Quaker, à qual ela se converteu em 1677.[5] Na época, os quakers eram mal vistos na Inglaterra, geralmente temidos e sofriam perseguição religiosa e até encarceramento. Sua decisão de se converter tornou sua casa um centro de atividade Quaker e fazer proselitismo ativamente era, portanto, particularmente ousado e corajoso.[1][3]

Outra pessoa importante que a influenciou foi Christian Knorr von Rosenroth (1636-1689), cabalista famoso e que escreveu um dos livros centrais da cabala. Esta foi uma obra bastante importante para o livro de Anne, The Principles of the Most Ancient and Modern Philosophy.[5] Anne foi uma forte crítica ao dualismo cartesiano.

Anne sofria com incapacitantes enxaquecas desde criança, o que a incapacitava por vários períodos devido à dor e ela passou um grande tempo em busca de uma cura, a ponto de sofrer sangria na veia jugular. Tendo sido tratada por todos os grandes médicos da época, nenhum deles foi capaz de curá-la ou de aliviar seu sofrimento.[6]

The Principles of the Most Ancient and Modern Philosophy foi, provavelmente, escrito em 1677, apresentando evidente influência de Jan Baptist van Helmont. Publicado pela primeira vez em latim por van Helmont, em Amsterdã, em 1690, com o título de Principia philosophiae antiquissimae et recentissimae.[5][7] Uma edição em inglês foi publicada em 1692. O livro é uma crítica ao dualismo cartesiano, defendendo que o mundo tinha sido criado de uma única substância.[5]

Leibniz chegou a afirmar:[8]

Anne morreu em 23 de fevereiro de 1679, aos 47 anos de idade, no palácio de Ragley Hall, em Warwickshire.[3]

Referências

  1. a b c d Duran, Jane (2006). Eight Women Philosophers: Theory, Politics, And Feminism. Illinois: University of Illinois Press. 500 páginas. ISBN 978-0-252-03022-2 
  2. Hutton=, Sarah (2009). Anne Conway: a woman philosopher. Cambridge: Cambridge University Press. 215 páginas. ISBN 9780521109819 
  3. a b c d e «Lady Anne Finch Conway». Universidade Oxford. Consultado em 23 de setembro de 2018 
  4. a b Fred Ablondi (ed.). «Géraud de Cordemoy». Universidade Stanford. Consultado em 23 de setembro de 2018 
  5. a b c d Louise D. Derksen (ed.). «Anne Conway's Critique of Cartesian Dualism». Universidade de Boston. Consultado em 23 de setembro de 2018 
  6. Owen, Gilbert Roy (1937). «The Famous Case of Lady Anne Conway». Annals of Medical History 
  7. Merchant, Carolyn (1986). «Quaker and Philosopher» (PDF). Guildford Review. 23: 2-13. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  8. Teixeira, Pedro Ravhel (2017). «Uma possível ontologia da dor na metafísica de Anne Conway». Revista Sísifo. 1 (6) 

Ligações externas

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